terça-feira, 17 de março de 2009

A indisciplina nas escolas

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores. 
Os participantes no encontro 'Família e Escola: um espaço de convivência', dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.

'As crianças não encontram em casa a figura de autoridade', que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.

'As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa', sublinhou.

Para Savater, os pais continuam 'a não querer assumir qualquer autoridade', preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos 'seja alegre' e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.

No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, 'são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os', acusa…

'O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar', sublinha.

Há professores que são 'vítimas nas mãos dos alunos'.

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que 'ao pagar uma escola' deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão 'psicologicamente esgotados' e que se transformam 'em autênticas vítimas nas mãos dos alunos'.

A liberdade, afirma, 'exige uma componente de disciplina' que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

'A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara', afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, 'uma oportunidade e um privilégio'.

'Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina', frisa Fernando Savater.

Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que 'têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos'.

'Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia', afirmou.

Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que 'mais vale dar uma palmada, no momento certo' do que permitir as situações que depois se criam.

Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Vídeovigilância na escola

A segurança é, actualmente, uma das áreas em maior expansão, desenvolvimento e de investimento. Isto é uma consequência directa das problemáticas em que vivemos e de todos os seus perigos e riscos latentes. Os aspectos negativos que caracterizam a sociedade e o mundo ocidental, implicam uma consequência directa nas crises sociais e económicas que afectam as famílias e a Escola em particular, pois é o espelho e o reflexo das virtudes e defeitos dessa mesma sociedade. No futuro, todos nós iremos ter algum sistema de segurança, quer a nível particular e familiar, quer ao nível das Instituições, particulares/públicas. Infelizmente, é uma situação inevitável e é uma consequência directa de um mundo em constante desenvolvimento e mutações. As famílias, a base e a célula da sociedade, são as vítimas de primeira linha, como tal os danos colaterais (restrições, imposições legislativas e fiscais, emprego/desemprego, entre outras), vão ter um grande impacto na Escola.
Sabendo da necessidade da aplicabilidade do sistema de videovigilância, vimos por este meio apresentar um conjunto de sugestões sobre os seus objectivos, identificar, prevenir e controlar situações de riscos, níveis de segurança, locais prioritários e funcionamento do sistema de vídeo.
Qualquer sistema de videovigilância fechado tem como objectivo ser um meio dissuasor e de prevenção, no sentido de alertar os elementos da sua comunidade e outros, de que todos os actos e acções, no que diz respeito à ocorrência de episódios/acções no interior do espaço físico e contíguo, da nossa comunidade educativa, estarão a ser controlados e registados. Estas imagens poderão servir como evidência de qualquer ilícito ou testemunho de acusação/abonatório, sempre que for instaurado um processo de averiguações, inquérito processual ou por imposição judicial.
Deve ser criada uma comissão, que terá a responsabilidade de autorizar o visionamento das imagens arquivadas, mediante solicitação exclusiva e expressa do Presidente do Conselho Executivo (Director), depois de entender, com parecer justificado, que tal procedimento é estritamente necessário
Identificação, caracterização e tipificação de riscos e alguns aspectos pertinentes a ter em consideração:


1 - Intrusão/Fuga

Locais e espaços, normalmente sem vigilância pessoal permanente, propícios à intrusão ou saída de elementos, sem passar pelo protocolo de controlo de entradas e saídas, definidas pela Instituição. Nestes espaços, em que a vigilância pessoal é quase nula ou inexistente, são assim propícios a pequenos ilícitos praticados pelos alunos (exemplo: fumar, assédio, experiências de cariz sexual, consumo de produtos psicotrópicos, roubos, violência, etc). Estas zonas compreendem todo o perímetro da Instituição e as entradas (principal e secundárias). Estas câmaras devem estar sempre em canal aberto, 24horas/7dias, devem ser rotativas e com visão nocturna, devem ser monitorizadas pelo(s) funcionário(s) e/ou guarda(s) nocturno(s) que se encontra(m) a prestar serviço na Portaria( ou noutro local, definido para o efeito), os quais deverão ter formação específica sobre a matéria de videovigilância(normas, competências e procedimentos).


2 – Furto Valores/Bens/Documentos:

Locais/espaços como por exemplo Conselho Executivo, secretaria, reprografia, laboratórios, bares/cantinas (refeitórios), salas de tecnologia de informação, biblioteca, quiosques, locais onde estão arquivados livros de ponto, documentos e processos individuais dos alunos e todos os espaços que a tutela considerar sensível e ser necessária a prevenção de ocorrência de qualquer das situações acima referidas, como pertinente e susceptível de necessitar de vigilância e controlo. Nestes espaços, as câmaras não devem estar online, no sentido de respeitar a legislação, salvaguardando os direitos dos cidadãos e trabalhadores, no local de exercício das suas funções laborais ou outras. Este sistema deve vigiar 24h/7dias e gravar as imagens, durante 30 dias, não devendo nunca as imagens ser visionadas online em qualquer momento nem por qualquer elemento que não tenha a respectiva competência. O seu visionamento só pode ser feito por ordem judicial ou pela Comissão criada para o efeito depois do parecer e solicitação directa da tutela, sempre que haja matéria de inquérito ou averiguação que justifique tal procedimento.

3 – Comportamentos de violência, pequenos delitos e actos ilícitos (mediante o Regulamento Interno e Legislação em vigor):

Estes locais são onde ocorrem episódios desviantes com mais frequência, apesar do grau de violência não ser elevado. São espaços onde, sistematicamente, ocorrem grandes aglomerações de estudantes.

As escadas e os corredores de acesso aos espaços educativos são mais sensíveis nos horários de entrada e de saída dos tempos lectivos.
O refeitório, no horário do almoço, os bares e os quiosques, nos intervalos mais alargados.
Os polivalentes e os espaços amplos, no exterior, a entrada principal e seus espaços envolventes, interior e exterior, as zonas exteriores aos blocos, com pouca ou quase nula vigilância, são os locais mais sensíveis e problemáticos, não pela frequência de possibilidade de ocorrência de episódios geradores de conflitos e actos ilícitos, mas pelo grau e nível de acções desviantes, que podem ser considerados de alto risco. Aqui, nestes locais, os episódios mais graves ocorrem entre alunos do 3º Ciclo e Secundário e de média gravidade, entre alunos do 2º Ciclo. É recomendável que em alguns destes locais possa ficar alguma câmara online.
Consideramos oportuno o(a) Agrupamento/Escola solicitar um estudo a uma empresa especializada na matéria, no sentido de recolher informação técnica e profissional e posterior montagem e operacionalização deste sistema de videovigilância que o Ministério da Educação pretende implementar nas Instituições Educativas.
É fundamental a Instituição passar por uma fase prévia, de esclarecimentos, informação e de sensibilização a todos os elementos da comunidade educativa sobre esta medida de implementação de segurança, da qual a sua razão de existência é proporcionar um local mais saudável e um ambiente de maior tranquilidade, confiança, amizade e motivador para o processo ensino aprendizagem. A todos os que a frequentem é exigível o respeito pelo cumprimento de todos os deveres e direitos, consignados no Regulamento Interno e Legislação em vigor.

A implementação da videovigilância obriga ao cumprimento de requisitos legislativos que devem ser cumpridos com excesso de zelo, no sentido de salvaguardar o direito à privacidade e liberdade de expressão de qualquer agente da comunidade educativa.

Francisco Carvalho

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A ADOLESCÊNCIA E O ÁLCOOL

A adolescência é um período em que ocorrem rápidas alterações físicas, psicológicas, sócio-culturais (DiClemente, Hansen & Ponton, 1996), fortemente caracterizado pelo esforço e experimentação.

Mais do que uma mera fase de transição, a adolescência, que dura aproximadamente uma década, abrangendo o período que vai dos 11 aos 20 anos (Gallahue, 1989, citado por Papalia & Olds, 2000) é um ciclo importante da vida, pois ocorrem modificações psico-sociológicas, que se prolongam por vários anos (Palácios, 1995, citado por Papalia & Olds, 2000).

Entre as mudanças biológicas, destaca-se um rápido crescimento em altura e peso, salientando-se as mudanças na proporção e forma do corpo. De acordo com Papalia e Olds (2000), estas mudanças físicas dramáticas são parte de um complexo processo de maturação, que se inicia antes mesmo do nascimento, com as suas ramificações psicológicas, continuando até a idade adulta.

Identicamente, as modificações hormonais, características desta faixa etária, estimuladas fisiologicamente em função da activação das hormonas da hipófise, começam a desenvolver as características sexuais primárias e secundárias, provocando uma modificação irreversível, demarcando a perda do corpo infantil (Papalia & Olds, 2000).

Estas alterações hormonais actuam no sistema emocional e provocam inesperadas explosões ou desânimo. Como as hormonas estão associadas a “agressões” e a “depressões” (Papalia & Olds, 2000), são também responsáveis pela maior emotividade e episódios de mau humor na adolescência.

Vão também surgindo problemas emocionais relacionados com a insatisfação em relação à sua aparência, em função da imagem existente, em relação aos atributos de beleza socialmente desejados e que são veiculados culturalmente (Papalia & Olds, 2000).

O processo básico de desenvolvimento do adolescente envolve modificar relações entre o indivíduo e os múltiplos níveis do contexto em que o jovem se encontra. Variações na existência e no ritmo dessas relações promovem uma grande diversidade na adolescência e podem constituir factores de risco ou factores protectores através deste período de vida (Lerner, 1998; Matos, 1997).

A multiplicidade de contextos sociais e interpessoais em que o adolescente se move representa desafios adicionais e possibilidades acrescidas destes virem a desenvolver problemas de ajustamento, com consequências negativas na sua saúde (Matos, 1997).

Embora a adolescência seja a fase do apogeu da saúde, muitos hábitos negativos e prejudiciais são estabelecidos nesta fase, podendo permanecer ao longo da vida (Figueira Junior, Ferreira, Araújo, et al., 2000). Muitas das consequências adversas da saúde experienciadas pelos adolescentes são, dentro de um grande âmbito, o resultado de comportamentos de risco, sendo a maioria das actuais ameaças consequência de factores sociais, ambientais e comportamentais.

Consumo de álcool na adolescência

Segundo Santos (1999, citado por Cabral, 2004) a maior probabilidade de os jovens consumirem drogas ilícitas e/ou lícitas (álcool) acontece mais na transição entre a adolescência e a idade adulta. O mesmo autor considera que os jovens são um grupo de bebedores vulneráveis, porque muitas das vezes encontram “refúgio” na bebida para lidar com problemas de integração nos diversos grupos a que pertencem, ou com problemas familiares, escolares, emprego, etc.

Para Cabral (2004), o adolescente encontra-se num processo de desenvolvimento biopsicosocial, podendo o consumo de álcool afectá-lo profundamente, com repercussões para toda a vida, pois, segundo a autora, o álcool é considerado uma droga do tipo depressora, diminuindo a actividade cerebral.

Os seus efeitos nocivos influenciam as capacidades de aprendizagem, podendo mesmo haver perda das capacidades cognitivas, sendo também responsável pela maioria das causas de morte na adolescência: traumatismos, suicídios e homicídios, onde o álcool está muitas vezes presente (Antunes, citado por Cabral, 1998).

Borges (1993, citado por Cabral, 2004) alerta para o impacto do consumo de álcool no desenvolvimento cognitivo e psicossocial dos adolescentes, referindo que este contribui, acentuadamente, para as perturbações psiquiátricas e comprometimentos a nível da saúde mental. Trindade e Correia (1999) consideram que a ingestão de álcool pode ter repercussões directas a curto, médio e longo prazo. Por conseguinte, a probabilidade da existência de comportamentos desviantes nos adolescentes é maior nos que bebem, interferindo ainda com as fases normais do processo de desenvolvimento em curso.

Ao longo do tempo vários são os estudos sobre o consumo de álcool na adolescência. A maioria dos indivíduos tem o seu primeiro contacto com o álcool na adolescência, por volta dos quinze anos de idade e o pico de consumo ocorre normalmente aos 35 anos (Cabral, 2004). A este propósito, Matos e Carvalhosa (2003), salientam que o primeiro contacto com o tabaco, com o álcool e a primeira embriaguez acontecem, em geral, na adolescência (entre os 12 e os 17 anos). Negreiros (1996) concorda, pois num estudo efectuado pelo autor no concelho de Matosinhos, 13,1 anos é a média de idade encontrada para a iniciação ao uso de álcool, embora alguns inquiridos tenham referido o primeiro contacto com idade igual ou inferior a 11 anos. Em relação às diferenças entre os sexos, estas não são significativas, sendo, curiosamente igual a média de idade de iniciação.

Considerando os estudos apresentados, somos levados a inferir que alguns dos motivos que levam os adolescentes à ingestão de bebidas alcoólicas são a curiosidade, a imitação, a sugestibilidade, a aceitação social/cultural desse consumo e também o incentivo por parte do grupo.

Por outro lado, os factores de risco, como a baixa auto-estima, a pressão do grupo, o insucesso escolar; a precariedade económica do agregado familiar, com carências de habitação e emprego estáveis; famílias desagregadas ou em ruptura, com marcadas dificuldades de comunicação, ausência de regras e historial de consumo de álcool, funcionam como catalisador do consumo por parte dos adolescentes.

Todos os estudos sobre esta temática sustentam a utilidade de programas de intervenção, que potenciem os factores protectores como: boa auto-estima, crenças de auto-eficácia, capacidade de resolução de problemas, competências de relacionamento interpessoal e expectativas de sucesso realistas; famílias com intimidade, envolvimento afectivo, padrões de comunicação claros e fronteiras nítidas, famílias sem história de consumo de tóxicos- preparando os adolescentes para os contextos onde estão inseridos, treinando competências para resistirem às influências.

Deste modo, qualquer programa de prevenção deve passar por informar, orientar e capacitar os adolescentes acerca de estratégias protectoras, por promover atitudes saudáveis, em idades mais precoces, a fim de evitarem ter que modificar posturas prejudiciais mais tarde. Esta dever-se-á fazer de forma integrada, o mais precocemente possível e com a adopção de métodos activos.

Consideramos que é necessário actuar antes que os problemas apareçam e se convertam em estilos de vida prejudiciais à saúde e ao pleno desenvolvimento dos jovens. Deste modo, torna-se necessário realizar uma prevenção educativa e continuada em meio escolar e social, envolvendo toda a comunidade educativa, ou seja, parceiros sociais, pais e encarregados de educação, alunos, professores e funcionários.


Ana Paula Lima



quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dia Internacional do Voluntariado

05 Dezembro 2008

Em 1985, a Assembleia-Geral das Nações Unidas criou o Dia Internacional do Voluntariado com o objectivo de apoiar grupos dedicados a acções voluntárias em diversas categorias sociais. O dia escolhido foi o dia: 5 de Dezembro.

Segundo a ONU, "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido ao seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de actividades, organizadas ou não, de bem-estar social ou outros campos."

Hoje em dia, no mundo inteiro, o trabalho voluntário é sinónimo de exercício de cidadania (mais participativa e consciente), solidariedade e também de realização pessoal.

Ser Voluntário é descobrir que não vivemos sozinhos neste mundo e que todos têm vida própria, vontades e necessidades.

Ser Voluntário é ser humilde, abnegado, não ser egocêntrico e ter uma grande vontade e disposição para ajudar o próximo.

Ser Voluntário é ter a capacidade de prestar um serviço profissional e não esperar pelo seu pagamento (em dinheiro).

Ser Voluntário é ficar feliz com a felicidade dos outros e saber que contribuiu para que isso acontecesse.

Assim, o Voluntariado constitui um pilar fundamental de construção da sociedade civil. Desperta as mais nobres aspirações da humanidade – a procura da paz, da liberdade, igualdades de oportunidades, da segurança e justiça para todos.

Como dizia O Pequeno Príncipe: "Se eu sei que você vem às quatro, desde as três estarei à sua espera". Assim, lembrando as palavras da mesma personagem: "Você é responsável pelo que cativa".

Profª Augusta Lourenço

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

INCLUSÃO/EXCLUSÃO

“Não há, não,
Duas folhas iguais em toda a criação.
Ou nervura a menos, ou célula a mais,
Não há, de certeza, duas folhas iguais.”
António Gedeão

Estamos em Dezembro, mês de Natal, de luz e de cor, da lareira acesa, da família … da paz e do Amor que repetidamente se proclama nesta época festiva. Não vos queria falar de Natal, mas gostaria de vos falar de um dia – Dia Nacional do Deficiente – que se comemora este mês, talvez porque seja uma época onde nos predispomos à tolerância, … talvez por ser Natal.

Sou professora de Educação Especial, trabalho com crianças e jovens com necessidades especiais, sou cidadã deste país, sou mãe … Olho a escola como um local de formação e educação não apenas como um centro onde se preconiza uma instrução dirigida à “normalidade”. As políticas educativas sublinham que a Escola de hoje é um espaço onde se preconiza uma educação para a cidadania, autonomia e o sucesso numa perspectiva de EDUCAÇÃO PARA TODOS.

Mas afinal o que entendemos por EDUCAR? Dizem os estudiosos que Educar é proporcionar as condições necessárias para que cada um atinja o máximo das suas potencialidades, permitindo que cada um conheça as suas finalidades e seja capaz de encontrar e mobilizar os meios para concretizar essas finalidades. Educar é também formar o cidadão em todas as vertentes da cidadania.

Nas nossas escolas as crianças diferentes, aquelas por um motivo ou outro sentem mais dificuldade em realizar o seu percurso não podem ser penalizadas, precisam de ser ajudadas. Elas são capazes de realizar o seu percurso apenas precisam de mais tempo, de um maior suporte. É um processo onde toda a sociedade se deve implicar e muitas vezes este processo começa em casa, no seio da família onde se fomentam os valores morais e éticos.

A comemoração destes dias reduz-se a uma ou outra manifestação, de uma ou outra associação, a uma notícia de Telejornal, e logo nos esquecemos e continuamos como se nada tivesse acontecido. Esquecemos porque não vivemos as situações, não as sentimos por dentro, estas são aquelas coisas que só acontecem aos outros …

Faço-vos um convite … olhem à vossa volta e pensem se por acaso não existem nenhuma destas pessoas deficientes, eu diria diferentes, que vos marcaram. Eu conheci … no lugar onde nasci, o “Sebino”. O Sebino era diferente estava internado em Barcelos, só vinha a casa nas épocas festivas, ele era diferente … mas eu relembro o seu rosto, o seu jeito de falar, relembro com muito carinho, não por ser diferente mas por ser especial.

Hoje, gostaria que todos de alguma forma lembrassem que mesmo não sendo iguais, somos TODOS gente e merecemos respeito, igualdade de tratamento e amor.

É NATAL! É tempo de paz e de amor e

“Amar não significa tornar o outro adaptado, submisso ou semelhante a nós, amar significa libertá-lo, deixá-lo viver.”
Penny Mc Lean

Autor : Profª M. Rosalina Veiga

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Galeria de Fotos: Clube Mediador

Adicionamos uma Galeria de fotos ao site oficial Bullying na Escola.

Esta Galeria inclui fotos tiradas durante a entrega do Filme e do Dossier, "BULLYING na ESCOLA", na Biblioteca do Agrupamento de Escolas de Valdevez, a 6 de Novembro de 2008

Visite a Galeria

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mediador

Se pensarmos na mediação como um processo extrajudicial, pacífico, voluntário, privado e confidencial, pretende-se o apoio de um terceiro elemento neutro, imparcial e independente – O Mediador.

O objectivo geral da Mediação consiste em auxiliar as partes envolvidas a alcançarem um acordo justo e mutuamente satisfatório, a colaborarem na resolução do problema em vez de se manterem intransigentemente agarradas a posições inultrapassáveis e antagónicas.

São estes aspectos que fazem com que a mediação seja um método não adverso de resolução de conflitos mas sim um processo de facilitação da comunicação e da construção da relação na regulação das situações conflituosas e um modo de acompanhamento na tomada de decisões.

A mediação proporciona uma intervenção mais célere, menos onerosa e mais co-participativa e facilitadora de diálogo na regulação das situações de conflito e na manutenção ou reconstrução da qualidade relacional.

A qualidade do desempenho dos mediadores, as exigências da sua actuação segundo um código ético, cívico e pedagógico, constituem uma garantia da promoção da sua prática baseada nos princípios de confidencialidade, neutralidade e imparcialidade.

A mediação, enquanto instrumento de gestão da comunicação e interacções, permite instaurar novas dinâmicas relacionais duradouras e contributivas entre os diferentes intervenientes.

O mediador assume-se, enquanto pedagogo da comunicação com experiência educativa e cívica, um gestor de conflitos.

O que se pretende é incentivar e promover o diálogo, as boas práticas sociais e educativas, o recurso aos meios de resolução alternativa de conflitos em geral e a mediação em particular.